A missionária Esther
Ergas me deu uma missão: Escrever alguma coisa do coração sobre minha
convivência com a Missionária Ana Wollermann. Tia Ester, como é conhecida entre
os alunos do Seminário, disse que muita coisa já foi escrita sobre Dona Ana,
mas ela queria que eu escrevesse algo que partisse do coração, e não de
pesquisas em livros.
É isto que vou procurar
fazer neste modesto artigo. Primeiramente, quero salientar que Esther Ergas é a
pessoa que mais conviveu com Ana Wollermann, tanto no Brasil, como nos Estados
Unidos. Foi sua companheira inseparável.
A primeira vez que ouvi
falar de Ana Wollermann, surgiu em minha mente um pensamento, uma comparação,
Ana Wollermann é para o Mato Grosso (naquele tempo ainda não tinha sido criado
o Mato Grosso do Sul) o que Rosely Appleby foi para Minas Gerais, ou seja, uma
avivalista, uma mulher de oração.
Foi isso que constatei a
partir de 1973, quando assumi o pastorado da Igreja Evangélica Batista de Ponta
Porã. Eu tinha lido muito sobre avivamento espiritual, pois fui discípulo de
Enéas Tognini. Percebi que o que estava ocorrendo no sul do Mato Grosso, região
de Dourados, era um verdadeiro avivamento espiritual. Pessoas se convertendo em
grande quantidade, grandiosos encontros de jovens para louvor e oração, muitos
jovens sendo vocacionados para o ministério, muita alegria, muito fervor
espiritual, muito amor entre os irmãos. Era o ambiente que eu desejava para
começar o meu ministério.
Logo tomei conhecimento
de que tudo tinha começado quando alguns obreiros daquela região, liderados
pela missionária, sentiram o desejo de clamar fervorosamente ao Senhor. Entre
eles, estavam a missionária Esther Ergas, o pastor Washington Antenor de Souza,
da PIB de Dourados, o evangelista Nelson Alves dos Santos e o diácono José
Pereira Lins. Mais tarde, chegou também o pastor Williams Balaniuc para
reforçar o grupo.
Foi em consequência
desse avivamento que surgiu um Instituto de Férias, que em 1974 se transformou
em Instituto Teológico Batista Ana Wollermann, e que hoje é uma Faculdade
Teológica credenciada pelo MEC.
Durante o tempo em que
estive em Ponta Porã, 1973 - 1987, servi ao Seminário como professor e como
membro do Conselho Administrativo, ocupando algumas vezes a presidência. No
início, os professores não recebiam salários, eram voluntários, mas não tinha
salário maior do que o privilégio de conviver com aquele ser humano maravilhoso
que era a querida missionária Ana Wollermann, e ouvir suas palavras de
gratidão. Eu ficava emocionado quando ela dizia para mim:
- Como eu louvo a Deus
pela vida do irmão!
Por sugestão dela,
enquanto eu estava em Ponta Porã, fui convidado duas vezes para assumir a
direção do Seminário. A primeira, quando o pastor Williams Balaniuc deixou a
direção. A segunda, quando o professor Ivan Araújo Brandão saiu. Mas entendi
que não era o momento de assumir.
Mais tarde, em 1989,
quando eu estava pastoreando a Igreja Batista do Bairro do Limão, em São Paulo,
e ela já estava aposentada nos Estados Unidos, veio o terceiro convite. Aí, fui
exortado pelo meu irmão Abel Pereira de Oliveira a aceitá-lo. Ele disse:
- Rapaz, quando Deus
fala pela terceira vez o negócio não é brincadeira!
Deixei a Igreja Batista
do Bairro do Limão e o curso de Pedagogia na USP, e fui assumir a reitoria do
Seminário num período de crise, quando a torneira estava fechada, e os dólares
não estavam vindo dos Estados Unidos. Mas graças a Deus a confiança foi
restabelecida, a torneira se abriu, e, num período de três anos, construímos a
capela e a biblioteca.
Dona Ana ajudou
financeiramente muita gente. Eu fui ajudado por ela a participar da Campanha
Evangelística promovida pela nossa Junta de Missões Mundiais em Portugal e na
Espanha, em 1984. A ajuda dela foi fundamental para minha participação.
Louvado seja Deus por
tudo!
Adriano Pereira de
Oliveira