quinta-feira, 11 de julho de 2013

Terceirização do Processo de Ordenação Pastoral.

Este assunto vem ocupando meus pensamentos faz muito tempo. Tenho que escrever para liberar minha mente. Estou falando sobre a terceirização do processo de ordenação pastoral, e não a terceirização do ato em si mesmo, e estou usando o termo ordenação, e não consagração,  porque é o mais agradável à alma católica dos evangélicos brasileiros. O termo consagração tem uma conotação subjetiva. O candidato pode ser objetivamente ordenado e não ser subjetivamente consagrado.
Os batistas adotam o princípio da autonomia da igreja local e a forma congregacional de governo, ou seja, governo da congregação.
É a igreja local que, através  da assembleia geral de seus membros, ordena seus pastores ou convida pastores já ordenados.
Originalmente, quando uma igreja queria ordenar alguém para o ministério pastoral, ela decidia em assembleia convocar um concílio de pastores para examinar o candidato, e em seguida, escrevia ou telefonava para os pastores para virem a seu templo em tal dia e horário para formar o concílio e examinar o candidato. No dia marcado, com a presença dos pastores convidados, o dirigente da igreja assumia a liderança, dava abertura na reunião, promovia a eleição da diretoria do concílio, e em seguida passava a direção para o presidente, que, via de regra, era o próprio pastor da igreja, fosse ele titular ou um interino convidado especialmente pela igreja para conduzir o processo. Quer dizer, a igreja local conduzia todo o processo.
Atualmente, muitas igrejas estão terceirizando parte do processo, estão abrindo mão do privilégio de elas mesmas convidarem os pastores das igrejas co-irmãs para virem a seu templo e formarem o concílio examinatório. Muitas igrejas estão passando esse privilégio ou para a Associação de Igrejas da Região ou para a Subseção da Ordem dos Pastores.
Vejo um perigo nisso. Esse comportamento pode se tornar uma jurisprudência, e alguém poderá entender que quem não terceirizar essa parte do processo de ordenação pastoral não está fazendo a coisa certa. Assim, quem continuar fazendo como se fazia origialmente será considerado errado, e quem está terceirizando pasará a ser o certo.
Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

Nenhum comentário: