Este assunto vem ocupando meus
pensamentos faz muito tempo. Tenho que escrever para liberar minha mente. Estou
falando sobre a terceirização do processo de ordenação pastoral, e não a
terceirização do ato em si mesmo, e estou usando o termo ordenação, e não
consagração, porque é o mais agradável à alma católica dos evangélicos
brasileiros. O termo consagração tem uma conotação subjetiva. O candidato pode
ser objetivamente ordenado e não ser subjetivamente consagrado.
Os batistas adotam o princípio da
autonomia da igreja local e a forma congregacional de governo, ou seja, governo
da congregação.
É a igreja local que, através da
assembleia geral de seus membros, ordena seus pastores ou convida pastores já
ordenados.
Originalmente, quando uma
igreja queria ordenar alguém para o ministério pastoral, ela decidia em
assembleia convocar um concílio de pastores para examinar o candidato, e em
seguida, escrevia ou telefonava para os pastores para virem a seu templo em tal
dia e horário para formar o concílio e examinar o candidato. No dia marcado, com
a presença dos pastores convidados, o dirigente da igreja assumia a liderança,
dava abertura na reunião, promovia a eleição da diretoria do concílio, e em
seguida passava a direção para o presidente, que, via de regra, era o próprio
pastor da igreja, fosse ele titular ou um interino convidado especialmente pela
igreja para conduzir o processo. Quer dizer, a igreja local conduzia todo o
processo.
Atualmente, muitas igrejas estão
terceirizando parte do processo, estão abrindo mão do privilégio de elas mesmas
convidarem os pastores das igrejas co-irmãs para virem a seu templo e formarem o
concílio examinatório. Muitas igrejas estão passando esse privilégio ou para a
Associação de Igrejas da Região ou para a Subseção da Ordem dos
Pastores.
Vejo um perigo nisso. Esse
comportamento pode se tornar uma jurisprudência, e alguém poderá entender que
quem não terceirizar essa parte do processo de ordenação pastoral não está
fazendo a coisa certa. Assim, quem continuar fazendo como se fazia origialmente
será considerado errado, e quem está terceirizando pasará a ser o
certo.
Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí,
SP.
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