segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Contribuição para o resgate de uma bela hitória.



Sei que há pessoas que devem saber muito mais do que eu sobre a história da Educação Teológica em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Quando cheguei lá em 1973, havia dois grandes líderes entre os batistas, Jonathan de Oliveira e Williams Balaniuc, pessoas que amo e respeito.

Mas quero escrever resumidamente, sem anotações, o que guardo em minha mente sobre o assunto.

A primeira notícia que li sobre a Educação Teológica no Mato Grosso se encontra num Livro de Atas da Primeira Igreja Batista de Ponta Porã, MS, onde está escrito que na década de 1940 funcionou nas dependências daquela Igreja um curso teológico ligado ao Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e coordenado pelo Missionário John Riffey.

O curso era oferecido de maneira intensiva, em regime de internato, o qual era dirigido pelo pastor Valdir Vilarinho e sua esposa Candinha.

Entre os alunos daquele curso estava o índio Adriano Ferreira que foi pastor por muito tempo na região de Corumbá.

Infelizmente, um dos Livros de Atas daquela Igreja daquela década estava desaparecido quando lá estive como pastor entre 1973 e 1987. Não sei se já foi encontrado.

A segunda notícia que tenho sobre a Educação Teológica no Mato Grosso é sobre o Instituto Teológico Batista do Oeste que funcionou em Campo Grande nas décadas de 1950 e 1960 onde se destacou como diretor o baiano Gutenberg Rodrigues Silva.

Em seguida, começou a funcionar um Instituto de Férias nas dependências do Colégio Osvaldo Cruz em Dourados, o qual foi o ponto de partida para a criação do Instituto Teológico Batista Ana Wollerman no ano de 1974.

Quero aqui lembrar que o homem forte que esteve ao lado da Missionária Ana Wollerman naquele momento inicial da história e que foi o responsável pela administração da instituição e construção de quase todos os edifícios tanto do Instituto como do Seminário Ana Wollerman foi o pastor Williams Balaniuc, que foi auxiliado e depois sucedido pelo professor Ivan Araújo Brandão, que deu continuidade ao período de expansão patrimonial. Somente a Capela e a Biblioteca não foram construídas por eles, as quais foram construídas na gestão do escritor destas linhas.

Em 11 de outubro de 1977 foi criado o estado do Mato Grosso do Sul, tendo Campo Grande como capital, mas a Convenção Batista do Mato Grosso, que já tinha sua sede em Campo Grande, continuou uma só para os dois estados até 1979 quando em uma assembleia em Cáceres foi criada a Convenção Batista Centro América, com sede em Cuiabá, para congregar as igrejas batistas do Mato Grosso, ficando o novo estado com velha Convenção.

Foi naquela assembleia em Cáceres que foi criada a Faculdade Teológica Batista do Oeste do Brasil, com sede em Campo Grande, cujo nome foi escolhido através de pesquisa para resgatar a história do antigo Instituto Teológico Batista do Oeste.

O relator do Grupo de Trabalho que criou a FTBOB foi o autor destas linhas que tinha em mente uma instituição semelhante à Faculdade Teológica Batista de São Paulo, de onde procedia, com uma estrutura leve, de baixo custo, com curso noturno, diferentemente do pensamento de muitos que procediam do Seminário Teológico Batista Sul Brasil que tinha uma estrutura pesada com sistema de internato.

O diretor do Grupo de Trabalho foi eleito naquela assembleia em Cáceres para ser o primeiro diretor da FTBOB, o qual fez todos os preparativos para o início das aulas.

Entre os projetos apresentados pelo diretor ao Conselho Administrativo estava o Projeto Sunamita que consistia em sugerir aos crentes batistas residentes em Campo Grande que construíssem em suas casas um quartinho para o homem de Deus, o seminarista, no qual deveria ter uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro (uma lâmpada), plano esse que não teve a devida consideração do Conselho Administrativo.

Finalmente, a disputa entre o sul e o centro, entre Dourados e Campo Grande, levou o diretor a renunciar, mas não fez com que ele perdesse o amor pela educação teológica no Mato Grosso do Sul.

E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus.
Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se recolherá.
2 Reis 4:9-10

Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

domingo, 22 de dezembro de 2013

sábado, 21 de dezembro de 2013

Educação Teológica no Mato Grosso do Sul.

Nossa viagem a Dourados para participar do Culto em Memória da Missionária Ana Wollerman dia 13 de dezembro de 2013 foi muito proveitosa.
Tivemos oportunidade de rever grandes amigos e companheiros na obra de educação teológica no Mato Grosso do Sul.
Entre eles, o professor Ivan Araújo Brandão, atual presidente da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense, que, sem sombra de dúvida, exerceu um papel muito importante na educação teológica em terras sul-mato-grossenses.
Na década de 1970, recém chegado do Rio de Janeiro, onde tinha concluído os cursos de Pedagogia e Teologia, tendo inclusive trabalhado com o famoso educador batista José Luciano Lopes, de quem é grande admirador, o  professor Ivan se envolveu de corpo e alma na obra educacional batista. Foi professor e reitor no Seminário Ana Wollerman, em Dourados. Nesse mesmo tempo, assumiu a presidência da antiga Junta de Educação Teológica do Mato Grosso, antes da criação do estado do Mato Grosso do Sul, e tomou a iniciativa de nomear o grupo de trabalho que criou a Faculdade Teológica Batista do Oeste do Brasil, com séde em Campo Grande, cujo relator foi o escritor destas linhas.
Dito isto, creio que a providência divina colocou o professor Ivan Araújo Brandão na presidência da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense no presente momento para ajudar a encontrar novos caminhos para a educação teológica no Mato Grosso do Sul.
O que vi e senti em Dourados me deixou com muita esperança. O que parece um fracasso pode vir a ser a semente de um grande sucesso. A Faculdade Teológica Batista Ana Wollerman está pedindo o descredenciamento do MEC. Quer voltar à simplicidade e espiritualidade do passado. Quer de fato honrar à memória da Missionária Ana Wollerman que com muita relutância aceitou que o nome dela fosse colocado na instituição porque ela não tinha filhos, nem sobrinhos, nem parente algum para continuar carregando o nome Wollerman.
Os ex-alunos e alunos com quem tive contato estão com essa mesma esperança. Então, o momento é agora. É hora de unir as forças para que o Mato Grosso do Sul volte aos trilhos na obra de educação teológica.
Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.