sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Rodrigo Maia e Rui Costa

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

sábado, 18 de dezembro de 2021

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Maria Joaquina e a Imagem de Santo Antônio

 Esta história me foi contada no ano de 1977 por meu tio Cecílio Pereira, e confirmada por meu tio João Oliveira.

Naquele ano, eu fui à Bahia, depois de 27 anos. Saí de lá com sete anos de idade em 1950, e nunca mais tinha voltado lá. Foi uma grande emoção para mim. Minha avó Felipa, mãe de tio Cecílio e de minha mãe, já tinha falecido. Meu avô Antônio Inácio Pereira, marido de Felipa, tinha falecido antes de 1950.

Com o falecimento de minha avó Felipa, surgiu um problema: Quem ficaria com a imagem de Santo Antônio que pertencia ao meu falecido avô Antônio Inácio Pereira desde a sua infância? Ele foi casado duas vezes, e tinha descendentes de ambos os casamentos.
Segundo tio Cecílio me informou naquela ocasião, a solução encontrada foi deixar a imagem dentro do oratório de meu avô que está na capela do Cemitério do Coqueiro até hoje. O oratório, porque quanto à imagem há dúvidas, uma vez que era banhada a ouro.
Mas que tem a ver a imagem de Santo Antônio com Maria Joaquina? Quem é Maria Joaquina?
Vamos à história. No começo do século XIX, provavelmente antes da Independência do Brasil, no sertão baiano, um casal foi trabalhar na roça e deixou uma filha pequena tomando conta da casa. Passou um homem e levou a menina e a imagem de Santo Antônio que pertencia à família. Viajou o dia todo por aquele sertão com a menina e a imagem de Santo Antônio até chegar ao fim do dia à casa de um fazendeiro da família Coelho onde pediu pousada, dizendo que a menina era sua filha.
O fazendeiro deu pousada para o homem num dos quartos da casa e levou a menina para dentro para dormir junto com suas filhas. Durante a noite, a menina contou para as filhas do dono da casa que aquele homem que estava com ela não era seu pai, e que ela tinha sido roubada da casa dela junto com a imagem de Santo Antônio.
No dia seguinte, quando o homem falou com o dono da casa para trazer sua filha porque ele queria prosseguir a viagem, o fazendeiro lhe disse que já estava sabendo que a menina não era filha dele e que a imagem de Santo Antônio também não lhe pertencia, que ele prosseguisse sua viagem, mas que a menina e a imagem de Santo Antônio ficariam ali.
A menina, que se chamava Maria Joaquina, permaneceu na casa do fazendeiro. Depois de muito tempo, quando ela já era uma moça feita, houve um casamento de um dos filhos do dono da casa. A noiva, que naquele tempo não tinha qualquer intimidade com o noivo antes do casamento, ficou com medo do contato com o noivo na primeira noite. Maria Joaquina, que tinha sido criada na mesma casa junto com o noivo, foi para o quarto junto com a noiva para tentar acalmá-la para receber o noivo, ou marido. A noiva ficou tão calma que dormiu. Quando o noivo entrou, quem estava acordada era Maria Joaquina, que acabou mantendo um relacionamento sexual com ele.
Em virtude disso, ela ficou sendo a segunda esposa dele, com quem teve muitos filhos e filhas. Uma de suas filhas se casou com Vitório Inácio Pereira, com quem teve um único filho, porque faleceu no parto dele. O filho é Antônio Inácio Pereira, meu avô materno, que foi criado por sua avó Maria Joaquina, da qual cuidou até o fim.
Vitório Inácio Pereira, meu bisavô materno, tendo ficado viúvo bem jovem, se casou com a índia Escolástica Ferreira Campos, com quem teve muitos filhos e filhas, inclusive minha avó paterna, Jovenalina Ferreira Campos. Sendo assim, ele é meu bisavô materno e paterno. Todos que assinam Pereira Campos ou Campos Pereira são descendentes de Vitório Inácio Pereira e Escolástica Ferreira Campos.
Muito bem, depois que fiquei sabendo a história de Maria Joaquina e da imagem de Santo Antônio, contada por tio Cecílio em 1977, na Bahia, fui para o Estado do Espírito Santo conferir com meu tio João Oliveira, irmão de meu avô Brígido, que era um homem muito bem informado. Cheguei para ele e perguntei:
- Meu tio João, o senhor já ouviu falar numa tal de Maria Joaquina?
Ele me respondeu com outra pergunta:
- Aquela que tomou o marido da outra na noite do casamento?
E ainda acrescentou mais alguns detalhes.
Pronto. Confirmado. Maria Joaquina é minha trisavó materna.
Adriano Pereira de Oliveira
Você, Adriano Bacapamato, Adriano Pereira de Oliveira e outras 3 pessoas
Curtir
Comentar

0 comentário

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

sábado, 4 de dezembro de 2021

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

terça-feira, 16 de novembro de 2021

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

terça-feira, 2 de novembro de 2021

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

sábado, 23 de outubro de 2021

Crimes e Criminosos

Minha Identidade

É com temor e tremor, como escreveu Kierkegaard,

Que aqui neste momento dou a minha identidade: Católico de nascimento, batista tradicional, Chamado de comunista e também de pentecostal. Participo da política com a maior tranquilidade, Pois Deus dirige a história conforme a Sua vontade. Com Marina ou Ciro Gomes, Bolsonaro ou alguém mais, E também não vou dizer que o Lula nunca mais. Sempre participei, desde a minha mocidade, Candidato muitas vezes, nem sempre na mesma cidade. Mas sempre fico contente por poder participar, Seja aqui, ou seja ali, ou seja em qualquer lugar. Aqueles que me apoiam alegram o meu coração. Aqueles que me criticam recebem o meu perdão. Porque sei que cada um tem a sua liturgia, Pois a diversidade faz parte da democracia. Adriano Pereira de Oliveira Tapiraí, São Paulo, Brasil, 16 de maio de 2018.

Bolsa Família e Calote dos Precatórios

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

domingo, 17 de outubro de 2021

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

domingo, 10 de outubro de 2021

Meu Tio Tonico

Meu tio Tonico estava bem de saúde, até que sua esposa, minha tia

Mirocas, a pedido de sua filha, minha prima Totinha, disse:

-Tonico, você vai fazer 70 anos, está na hora de fazer um check-up com o médico.
- Para quê, estou me sentindo muito bem!
-Porque a prevenção deve ser feito agora, quando você ainda se sente jovem, disse minha tia.
Então meu tio Tonico foi ver um médico. O médico, sabiamente, mandou-o fazer testes e análises de tudo o que poderia ser feito e que o plano de saúde cobrisse.
Duas semanas mais tarde, o médico disse que os resultados estavam muito bons, mas tinha algumas coisas que podiam melhorar. Então
receitou:
- Comprimidos Atorvastatina para o colesterol
- Losartan para o coração e hipertensão,
- Metformina para evitar diabetes,
- Polivitaminas para aumentar as defesas.
- Norvastatina para a pressão,
- Desloratadina em alergia.

Como eram muitos medicamentos, tinha que proteger o estômago, então
ele indicou Omeprazol e um diurético para os inchaços.
Meu tio Tonico foi à farmácia e gastou boa parte da sua reforma 
em várias caixas requintadas de cores sortidas.
Nessa altura, como ele não conseguia se lembrar se os comprimidos verdes para a alergia deviam ser tomadas antes ou depois das cápsulas
para o estômago e se devia tomar as amarelas para o coração antes ou
depois das refeições, voltou ao médico. Este lhe deu uma caixinha com várias divisões, mas achou que titio estava tenso e algo contrariado.
Receitou-lhe, então, Alprazolam e Sucedal para dormir.
Naquela tarde, quando ele entrou na farmácia com as receitas, o
farmacêutico e seus funcionários fizeram uma fila dupla para ele
passar através do meio, enquanto eles aplaudiam.
Meu tio, em vez de melhorar, foi piorando. Ele tinha todos os remédios num armário da cozinha e quase já não saia mais de casa, porque passava praticamente todo o dia a tomar as pílulas.
Dias depois, o laboratório fabricante de vários dos remédios que ele usava, deu-lhe um cartão de “Cliente Preferencial”, um termómetro, um
frasco estéril para análise de urina e lápis com o logótipo da
farmácia.
Meu tio deu azar e pegou um resfriado. Minha tia Mirocas, como de costume, fez ele ir para a cama, mas, desta vez, além do chá com mel,
chamou também o médico.
Ele disse que não era nada, mas prescreveu Tapsin para tomar durante o dia e Sanigrip com Efedrina para tomar à noite. Como estava com uma
pequena taquicardia, receitou Atenolol e um antibiótico, 1 g de
Amoxicilina. A cada 12 horas, durante 10 dias. Apareceram fungos e
herpes, e ele receitou Fluconol com Zovirax.
Para piorar a situação, Tio Tonico começou a ler as bulas de todos os medicamentos que tomava, e ele ficou sabendo todas as
contra-indicações, advertências, precauções, reações adversas, efeitos colaterais e interações médicas. 
Leu coisas terríveis. Não só poderia morrer mas poderia ter também arritmias ventriculares, sangramento anormal, náuseas, hipertensão,
insuficiência renal, paralisia, cólicas abdominais, alterações do estado mental e um monte de coisas terríveis. 
Com medo de morrer, chamou o médico, que disse para não se preocupar
com essas coisas, porque os laboratórios só colocavam para se isentar de culpa.
- Calma, seu Tonico, não fique aflito, disse o médico, enquanto
prescrevia uma nova receita com um antidepressivo Sertralina com
Rivotril 100 mg. E como titio estava com dor nas articulações deu Diclofenac.
Nessa altura, sempre que o meu tio recebia a aposentadoria, ia direto
para a farmácia, onde já tinha sido eleito cliente VIP.
Chegou um momento em que o dia do pobre do meu tio Tonico não tinha horas suficientes para tomar todas as pílulas, portanto, já não
dormia, apesar das cápsulas para a insónia que haviam sido prescritas.
Ficou tão ruim que um dia, conforme já advertido nas bulas dos remédios, morreu.
No funeral tinha muita gente mas quem mais chorava era o farmacêutico.
Agora a tia Mirocas diz que felizmente mandou titio para o médico bem na
hora, porque se não, com certeza, ele teria morrido antes.

Este texto é dedicado a todos os meus amigos, sejam eles médicos ou pacientes.
Qualquer semelhança com fatos reais (não) será “pura coincidência”... 
(Autor desconhecido)

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

terça-feira, 21 de setembro de 2021

domingo, 19 de setembro de 2021

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

domingo, 29 de agosto de 2021

sábado, 28 de agosto de 2021

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

terça-feira, 17 de agosto de 2021

domingo, 8 de agosto de 2021

sábado, 7 de agosto de 2021

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

sábado, 31 de julho de 2021

Conselhos Inesquecíveis


Sermão: REVELAÇÕES DE RECURSOS PARA UMA OBRA ÁRDUA

Autor: Pastor Nils Friberg

Texto: Ezequiel 1.1-4, 26-3:15. Leitura pública: 1:26-2:5

Ocasião – Ordenação de Adriano Pereira de Oliveira, Igreja Batista do Belém, bairro do Belém, capital de São Paulo, 02 de julho de 1972.

 

Hoje à tarde, estamos na presença de Deus e de Sua Igreja, para pedir a bênção divina numa vida... Vida que Deus já separou ao serviço dEle, vida que demonstrou à Igreja sua idoneidade para a obra de pastorear vidas preciosas, vida que se destacou em testemunho oral e prática vivida no meio do povo de Deus, vida e doutrina apuradas diante de Concílio de representantes de diversas Igrejas da Capital.

Lembro-me bem da noite de novembro de 1962 em que as mãos foram colocadas sobre mim; as lágrimas corriam pelas faces, e os sentimentos fortes de indignidade, de incapacidade, e de estar diante de uma tarefa esmagadora, de gratidão a Deus, de temores e tremores – tudo isso me dobrava como vara ao vento ali naquela plataforma.

Mas hoje, quando as agruras me trazem dúvidas sobre minha chamada, quando tentações me sobrevêm, me dispondo a desistir da lida do ministério, a lembrança do fato de que a Igreja me encorajou e me deu ordenação, sinto-me animado para persistir na busca da ilibada meta de cumprir a carreira que Deus me propôs.

Irmão Adriano, queremos que a experiência da tarde de hoje possa te servir durante toda tua existência como estímulo, encorajamento e bálsamo ao coração. Que seja isso um filete de ouro de que se nunca perde vista mesmo que os anos corram, célebres e cheios de árduos serviços e lutas fatigantes, lembrando-te sempre que um dia, fostes separado a Deus por seu Espírito Santo, e ordenado pela Igreja Batista no bairro do Belém, da capital de São Paulo, ao dia 02 de julho de 1972.

Prezado irmão, tu estás sendo lançado para uma vida de serviço, de ministério, de sacrifício, numa igreja local, onde todos os potenciais e perigos da natureza humana e ameaças satânicas poderão se manifestar; esta igreja se encontra no meio de um povo, povo também capaz de tudo, dependendo de sua lealdade e submissão a Deus; esse povo, por sua vez, é cidadão de um mundo de povos – em dias dos mais palpitantes para se viver, mas ao mesmo tempo dias mais compenetrados de terror e incertezas. Como disse um famoso evangelista, é um "mundo em chamas" . O irmão é cidadão desse mundo, do Brasil, e desta igreja local. Jamais percas de vista as vastas implicações de tua posição!

Para entendermos um pouco mais destas verdades e vermos os recursos que Deus te oferece nesse âmbito, olhemos nesta tarde para a vida de um dos profetas do Velho Testamento menos conhecidos, talvez dos mais desentendidos. Falo de Ezequiel.

Na chamada de Ezequiel descobrimos recursos para enfrentar um povo obstinado, prevaricado, mentiroso e rebelde a Deus. Vemos um homem capaz de obedecer a Deus, até na hora da morte de sua esposa, usando a morte dela numa sermão do mesmo dia como ilustração da mensagem divina. Ezequiel recebera de Deus, antes de tudo isso, três revelações: uma revelação da glória de Deus, uma revelação realista da tarefa que o esperava, e uma revelação da graça divina que o capacitaria para a obra. São elas três revelações da parte de Deus que nós também necessitamos sempre, mas mormente na hora em que iniciamos a obra.

I. Em primeiro lugar, Ezequiel recebeu um revelação da glória de Deus que galvanizou seu ministério. Lemos com perplexidade a descrição da visão. Vem primeiro a aparição das criaturas que servem a Deus, semelhantemente àqueles que João, o Evangelista, viu nas suas visões celestiais. São criaturas maravilhosas, que se movem instantaneamente ao comando e capricho do seu Senhor. Manifestam também a variedade de ser dos servos de Deus. Ensinam-nos que os querubins que vivem na santa presença do Senhor do Universo, são de uma categoria elevadíssima em comparação à nossa, e que existe um grande desnível entre nós, homens pecaminosos e inermes, e a excelsa glória daquele Senhor.

Adriano, jamais devemos perder de vista a realidade deste quadro para o nosso coração. O caráter e glória do nosso Mestre e Senhor é o desafio, é o padrão, é a fonte de todas as comparações, de todas as mensagens, de toda a verdade ilibada. Desta glória a nossa vida, a nossa palavra, as nossas atitudes para com os outros devem constituir apenas reflexos, humildes mas fiéis.

Do Senhor Deus, Ezequiel também ouve uma voz. É um Deus que se importa em comunicar. Dele Ezequiel recebeu um rolo para digerir, mostrando a fonte de sua mensagem, e a necessidade de assimilação da mensagem divina na sua própria existência e experiência, antes que a transmitisse aos outros.

Adriano, conserva-te perto deste Senhor da Glória. Bebe da fonte pura e santa. Inunda a tua alma com a visão do teu Senhor e Rei. Sabe-tu bem o padrão e caráter daquele que tu serves. Assimila em teu ser a mensagem da palavra divina.

II. Em segundo lugar, Ezequiel teve revelação da tarefa difícil para o qual fora chamado. Nos versos 3 a 5 do capítulo 2, e nos versos 4 a 7 do capítulo 3, lemos a descrição realista da natureza e índole do povo a qual fora designado como mensageiro. Ezequiel foi dado uma revelação realista e instrutiva que o auxiliou a enfrentar a tarefa nos devidos termos.

Por vezes, o novo e jovem pastor subestima o potencial mau do coração humano. E quando enfrenta pelas primeiras vezes a realidade, ele já começa a duvidar de sua chamada para o ministério. Lembremo-nos da chamada de Isaías, de Jeremias, e de Ezequiel – todas elas foram chamadas colocadas em termos de enormes dificuldades, de auditórios que se endurecem diante da mensagem divina, e da necessidade imperiosa de declarar taxativamente a verdade sobre o juízo divino.

Deus revela isso de antemão a Ezequiel, então, para haver em nosso profeta uma concepção realista e nítida de que seria a luta que encara.

Como consequência disso, Ezequiel gasta os primeiros 32 capítulos da sua profecia em descrever o pecado do povo, em vaticinar a vinda da ira de Deus sobre os que restaram em Jerusalém; também as nações das circunvizinhanças teriam de sorver sua porção de vinho da ira de Deus. Agora, a audiência principal de Ezequiel é constituída dos exilados, ali na Babilônia, mas por meio do exemplo mau, e da promessa de punição desse mau, daqueles que restaram em Jerusalém e continuavam a sua desobediência descarada a Deus, os exilados seriam desafiados a virarem as costas para o mal a abraçarem-se com a vontade e a palavra de Deus.

Durante pelo menos sete anos Ezequiel pregou a um auditório que não deu crédito. Somente depois da notícia da queda de Jerusalém, prova de que Ezequiel falara a verdade, que o povo percebe sua situação realmente perigosa, e abre seus ouvidos e coração com sinceridade. Veja como Ezequiel descreve a atitude deles nos versos 31 a33 do capítulo 33. Depois, então, Ezequiel pode começar a esboçar o plano divino, cheio de esperança, de propósito e promessa de vitória nos capítulos 34 e seguintes.

Agora, sabemos que não é fácil tentar por sete anos mudar quem não quer ser mudado. Mas sabendo de antemão da situação, avaliando-a com realismo e fé, perseveraremos até que seja cumprido o nosso ministério.

Ali, quando tiver o povo demonstrado um arrependimento e consagração autênticos, poderemos, como Ezequiel, descrever as bênçãos da habitação de Deus no meio do seu povo, como ele fez nos capítulos 40 a 48 da profecia. Nisto, Ezequiel forma a primeira ponte entre a função simples de pregador e o ofício de prognosticador inspirado do plano futuro que Deus lhe ensinou.

Adriano, vejamos bem como é difícil a nossa tarefa. Terás que falar de juízo, de castigo, de inferno e morte espiritual. Terás que colocar de lado, de quando em quando, tua disposição para ser agradável e agradar. Mas a comissão divina inclue este lado negativo. Jeremias teve que arrancar, derribar e destruir antes de edificar e plantar. Virarão as costas, zombarão de tuas convicções quanto à palavra de Deus e sua interpretação, mas a palavra de Deus há de ser entregue, custe paz a quem custar, haja o que for de positivo ou negativo.

Lembra-te de que estamos falando dos recursos que Deus fornece aos servos dEle. O primeiro foi a revelação de sua glória, o segundo, a revelação realista da tarefa que nos espera.

III. O terceiro recurso é uma revelação animadora de que o mesmo Deus que nos chama também nos capacita. Há três expressões interessantes quanto ao que acontece na mente, no corpo e no coração de Ezequiel diante do que vê e ouve nesta experiência de chamada.

1. Primeiro, Ezequiel cai de rosto em terra. A visão da glória de Deus teria o mesmo efeito em qualquer um, como teve em Isaías, em João na ilha de Patmos, e outros de registro bíblico e da história eclesiástica. Mas Deus manda levantar-se, e aprontar-se para a mensagem, para a comunhão com esse mesmo Deus que momentos antes parece tão aterrador e distante. Nisto vejo o Pai de Jesus Cristo, o Deus do Novo Testamento, que nos aproxima, e nos pede que nos aproximemos dele também, em confiança, em amor, em gratidão – tudo pela obra do Advogado perfeito, Jesus Cristo. Mas Deus sempre foi assim, no Velho tanto quanto no Novo Testamento. Ele se importa conosco, com a plenitude de sua presença em nossas vidas, em nossos talentos, em todos os momentos de serviço ou de culto.

E, Adriano, para onde irás tu, senão a Deus, quando vieres as horas difíceis, as horas de rejeição pelos homens, nas tarefas esmagadoras que o ministério exige dos seus comissionados? Nunca se pode dizer que a frase "Orai sem cessar" seja mais apropriada do que para o ministro de Deus, para o pastor de almas. "Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo" é a ordem de todas as horas da vida de um pastor! É isso uma parte da capacitação dEle para nós.

2. Em segundo lugar, Ezequiel tem que comer um rolo. A expressão idêntica se encontra em Jeremias, e no Apocalipse. É figura da necessidade de assimilarmos primeiro a mensagem para a vida própria para depois transmiti-la. Há grandes perigos para o pastor ser oficioso, viver em função de corrigir os outros e não aplicar primeiro a mensagem para a vida dele antes de pregá-la. É a suma hipocrisia, contudo, esta atitude egoísta e desobediente. "Filho do homem, come o que achares, come este rolo, vai e fala à casa de Israel".

Ali no início do capítulo um, diz-se que a mão do Senhor esteve sobre Ezequiel. O que significa isso senão que havia evidência da presença e poder de Deus naquela vida? Ezequiel dava demonstração, marcas claras da presença e caráter divinos em tudo que era como homem. Não pela posição dele, mesmo que como sacerdote de uma família respeitada, recebesse honra dos seus correligionários. Foi pelo exemplo de uma vida coerentemente demonstrativa da mão de Deus que Ezequiel pode falar ao povo.

3. Terceiro, no capítulo dois, verso dois, vemos as seguintes palavras: "Então entrou em mim o Espírito, quando falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava". Há possibilidade de interpretar isso como um ânimo especial que vinha voltando ao profeta depois do susto levado diante da visão. Mas acho importante que os tradutores da nossa Bíblia puseram a palavra "Espírito" com letra "E" maiúscula, dando a entender que ao mesmo tempo que Deus exige que Ezequiel se ponha em pé, que Deus o fortalece por seu Espírito para cumprir a ordem. (cap. 3:24)

É sempre isso o que mais o anima – o fato de que Deus há de nos capacitar para fazermos a sua obra. Deus pediu que Ezequiel não temesse o povo obstinado, que não desfalecesse diante da dificuldade enorme de entregar uma mensagem antipática aos rebeldes israelitas, mas ao mesmo tempo deu ao profeta a testa de diamante que precisava para enfrentar a rejeição e rebeldia deles, e ser o atalaia que se esperava.

Como Jeremias, Ezequiel conseguia pregar com ardor e compaixão. Malgrado a rebeldia do povo, implora, em Ezequiel 18:30-32 que o povo se humilha diante de Deus e viva. Foi um profeta que soube comunicar com amor a mensagem da ira de Deus. Combinar a ira com o amor é impossível sem a graça de Deus e uma unção fortíssima do Espírito Santo.

CONCLUSÃO:

Em resumo, como foi a atitude de Ezequiel diante de tudo isso? Em primeiro lugar, Ezequiel manteve uma abertura para Deus – oração, consagração e submissão caracterizavam sua vida, sua maneira de enfrentar a tarefa e a obrigatoriedade divina dela. Em segundo lugar, Ezequiel manteve também uma abertura para o povo com o qual habitava. 3:14-15 diz isso com poder: "no meio deles" Ezequiel viveu, pregou e sofreu. Talvez aqui vá um pouquinho de espiritualização extremada. Mas Ezequiel foi um homem que não abandonou o cargo e a posição no meio do seu povo. Assemelha-se nisso a Jeremias, que, apesar do capitão caldeu oferecer-lhe a possibilidade de escapar destas pressões de uma nação recalcitrante e rebelde que não deu ouvidos em mais de quarenta anos de ministério, Jeremias preferiu ficar com os seus, e até foi levado cativo por seu próprio povo ao Egito como prisioneiro e involuntário. A perseverança de Jeremias em amar face a toda a incompreensão deles nos desafia quanto à atitude que mantemos. Tantos teriam desistidos! Quando o ministério de um lugar, de uma igreja difícil, de um povo rebelde, nos assediar, qual será a nossa atitude para com o povo? Abandonaremos o posto? O nosso amor perdurará como o de Ezequiel e de Jeremias?

Adriano, nosso desejo ardente para ti nesta tarde é que possa capturar uma visão magnífica da gloria de Deus em tua vida pessoal para ser a base do teu ministério; também, anelamos para ti um entendimento realista da tarefa que te espera; além de tudo, queremos que saibas da graça com que Deus embuirá tua vida de poder, sabedoria e qualidades necessárias para desempenhar uma das carreiras mais difíceis na face da terra, e cujas consequência são inestimavelmente importantes, e de alcance eterno.

Que Deus te abra o coração, a visão, e a mente para saber das revelações de que acabamos de falar, para o desempenho da obra que deves evitar a qualquer custo a não ser na obrigação clara do Espírito de Deus para isso!

terça-feira, 27 de julho de 2021

sexta-feira, 23 de julho de 2021

quinta-feira, 22 de julho de 2021

quarta-feira, 21 de julho de 2021

quarta-feira, 14 de julho de 2021

terça-feira, 13 de julho de 2021

sexta-feira, 2 de julho de 2021

quarta-feira, 30 de junho de 2021

segunda-feira, 28 de junho de 2021

domingo, 20 de junho de 2021

sábado, 19 de junho de 2021

quarta-feira, 16 de junho de 2021

terça-feira, 15 de junho de 2021