Neste
texto estou relatando resumidamente a trajetória da minha vida, destacando uma
palavra desafiadora que ouvi no meu primeiro dia em São Paulo.
A
minha caminhada em direção a São Paulo iniciou num sábado, dia 18 de julho de
1959, quando eu deixei o pequeno povoado de Itamira, Município de Mucurici,
Estado do Espírito Santo, onde morava juntamente com meus pais e grande parte
da minha parentela. Itamira pertence
atualmente ao Município de Ponto Belo.
Eu
tinha pouco mais de 16 anos de idade, e viajei sozinho.
Tomei
a marinete que fazia diariamente a linha de Nova Venécia, Espírito Santo, para Nanuque,
Minas Gerais, passando por Itamira. Segui para Nanuque, depois para Teófilo
Otoni e Governador Valadares, e em seguida, Rio de Janeiro e São Paulo.
O
Estado do Espírito Santo não é a minha terra natal. Nasci no Estado da Bahia.
Fui batizado na cidade de Boa Nova, e registrado no Cartório do Distrito de
Boaçu, Município de Jequié.
Meu
sonho desde criança era vir para São Paulo. Com sete anos de idade fui levado
por meus pais para as matas do Contestado, onde hoje é o norte do Espírito
Santo. É lá que fica Itamira, de onde eu saí sozinho, com 16 anos de
idade, para vir para São Paulo.
A
viagem foi emocionante, uma mistura de curiosidade e medo.
Meu
primeiro dia em São Paulo foi 21 de julho de 1959, uma terça-feira.
Desembarquei do trem na Estação do Norte, no Brás, e fui para a casa de um conhecido
na Freguesia do Ó. A primeira frase que ouvi do dono da casa não foi nada
animadora, mas foi desafiadora:
-
"Meu filho, São Paulo é terra onde filho chora e pai não vê.”
No
dia seguinte, fui para a casa de um tio que eu não conhecia. No dia 1º de
agosto, dez dias depois da minha chegada, comecei a trabalhar como
office-boy numa multinacional alemã.
Daí
para frente foi só trabalho e estudo. Tive oportunidade de concluir quatro
cursos superiores, Teologia, Filosofia, Pedagogia e Direito, e duas
especializações, Educação de Jovens e Adultos e Gestão Pública Municipal. Estou
habilitado legalmente como pastor, professor, orientador educacional, advogado
e jornalista.
Casei,
gerei filhos, e já tenho oito netos.
Muitas
coisas aconteceram em minha vida. Morei em muitos lugares. Conheci muita gente.
Tive alegrias e tristezas. Sempre estudando e trabalhando na educação e na
evangelização em todos os lugares por onde passei, tais como,
Ponta Porã e Dourados, MS, Flórida Paulista, SP, e sobretudo em São
Paulo, Capital. Participei de Campanhas Evangelísticas em Portugal, Espanha,
Chile e Paraguai.
Estou
em Tapiraí, SP, juntamente com minha esposa Adriana, desde o ano 2010, onde
cuidamos de uma pequena Igreja Batista e realizamos a leitura pública das
Sagradas Escrituras todos os dias, através do Ministério Bíblia na Rua.
Concluindo,
se São Paulo é terra onde filho chora e pai não vê, como disse o senhor Manoel
Alves Aranha, dono da casa onde me hospedei a primeira noite em São Paulo, de
uma coisa tenho certeza: Temos Um Pai Celestial que vê e ouve o choro dos seus
filhos, estejam onde estiverem.
Louvado
seja Deus por tudo!
Pastor
Adriano 70777, Tapiraí, São Paulo, Brasil.
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